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Foto:Pixabay |
A situação das culturas no Rio Grande do Sul em função das precipitações pluviais e das temperaturas no mês de julho é o tema do Comunicado Agrometeorológico nº 89, publicado pelo Laboratório de Agrometeorologia e Climatologia Agrícola (LACA), do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).
O mês de julho de 2025 foi caracterizado pelos totais mensais de precipitação pluvial abaixo da média, e as chuvas foram escassas, especialmente nos dois primeiros decêndios, o que diminui a disponibilidade de água para as culturas via precipitação pluvial. Essa situação, no entanto, não foi considerada crítica ou impôs limite ao crescimento das plantas, haja vista a menor perda de água via evapotranspiração no inverno e à água armazenada no solo em função das precipitações pluviais do mês de junho. “Essa combinação de menor demanda evaporativa com os altos volumes de chuva registrados em junho permitiu que as culturas de inverno não fossem impactadas de forma significativa”, destaca a engenheira agrônoma e pesquisadora do DDPA, Amanda Junges.
Da mesma maneira, as baixas temperaturas do ar e ocorrência de geadas, registradas, especialmente, no primeiro decêndio, de modo geral, não causaram danos aos cereais de estação fria como trigo, aveia e cevada, pois as plantas se encontravam, na maior parte das lavouras, em período de implantação e desenvolvimento inicial. Nessa etapa do ciclo, as temperaturas do ar, apesar de baixas, não foram limitantes ao crescimento das plantas. Entretanto, a ocorrência de geadas é considerada crítica quando coincidente com o período de floração e enchimento de grãos, pois, nesse caso, podem vir a reduzir significativamente a produtividade.
Frutíferas
As baixas temperaturas do ar em julho foram benéficas às frutíferas de clima temperado, porém causaram danos à citricultura. Para a citricultura, as geadas ocorridas no início do mês causaram perda de turgidez e queda de frutos, especialmente de bergamotas. Os danos causados pelas geadas em citros são maiores nas fases de florescimento e de frutificação, ocorrendo, respectivamente, queda de flores e de frutos.
Para as frutíferas de clima temperado, que se encontravam em repouso vegetativo (dormência), as baixas temperaturas do ar favoreceram o acúmulo de Horas de Frio (HF), fundamentais para uma adequada brotação das gemas na próxima safra. Na região da Serra Gaúcha, em Veranópolis, ocorreram 120 HF (estação meteorológica CEFRUTI/DDPA/SeapiI). Considerando a média de HF de julho (121 HF) na região, conclui-se que os valores ocorridos em julho de 2025 foram próximos da média e na classe percentílica “normal” (112 a 138 HF).
Comunicado Agrometeorológico
O Comunicado Agrometeorológico é uma publicação mensal do LACA. Para mais informações acesse www.agricultura.rs.gov.
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