Centro de Pesquisa de Sementes da Secretaria da Agricultura comemora 88 anos

Campo Tecnológico de culturas de verão. Manejo de culturas como soja (foto), feijão e milho.


Unidade fica em Júlio de Castilhos e integra o Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária

Ano: 1937. No dia 17 de agosto, começava a história do atual Centro de Diagnóstico e Pesquisa em Sementes (Cesem), do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi), localizado em Júlio de Castilhos. Iniciou com a fundação do Campo de Multiplicação de Sementes e, na década de 1940, trabalhou com trigo, linho, aveia, amendoim, arroz, milho, mandioca, feijão, girassol, batata e soja.

“Nessa época, o serviço de Assistência e Fomento distribuiu mudas de essências florestais, ornamentais e frutíferas, para diversos agricultores e estabelecimentos oficiais”, conta a chefe e pesquisadora do Centro, Liege Camargo da Costa. “Em especial, com as culturas do linho oleaginoso e milho, foram realizados importantes experimentos com variedades provenientes de São Paulo, Paraná e Estados Unidos, até a década de 1960”.


Campo Tecnológico de culturas de inverno coberturas de inverno (aveia, centeio, trigo, triticale)


Mas, segundo Liege, foram os trabalhos experimentais com trigo que colocaram o Campo de Multiplicação na condição de estabelecimento nacional de pesquisa, passando a ser a Estação Experimental de Júlio de Castilhos em 1947.

Liege relembra que, a partir da década de 1960, a pesquisa com melhoramento de trigo e soja foi impulsionada, e a Estação foi escolhida para ser a base física do Programa Acelerado de Melhoramento do Trigo (PAT), recebendo recursos do Plano do Trigo e do Acordo Soja firmado com o Instituto Privado de Fomento à Soja (Instisoja). “Foram instalados ensaios de melhoramento de trigo e soja na Estação Experimental de Júlio de Castilhos, com variedades e populações híbridas, seleção de linhagens, hibridações artificiais e purificação varietal, além da multiplicação de sementes genéticas e básicas”.

consorcio feijão mandioca


Na década de 1970 em diante, a Estação passou a se constituir na principal base física de pesquisa de soja do Rio Grande do Sul, com lançamento de várias cultivares adaptadas à região Sul do Brasil. “Sendo que a cultivar FEPAGRO-RS 10 permaneceu com cerca de 70% da área plantada no Estado, liderando por cerca de uma década em área plantada, desde o ano de seu lançamento em 1995”, acrescenta Liege.

Dias atuais

Conforme a pesquisadora, com a modernização da agricultura, veio a preocupação crescente com a manutenção da qualidade da água e do solo, além da potencialização dos sistemas de cultivo em grandes culturas e agricultura familiar. “Por isso, atualmente o Cesem desenvolve suas pesquisas nessas áreas de atuação, integrando sistemas agrícolas, culturas e pecuária, validando tecnologias que fomentem o desenvolvimento e fortalecimento do agronegócio gaúcho”.

Liege acrescenta que o Centro também se preocupa com a formação de recursos humanos capacitados, então, desenvolve projetos e parcerias com instituições públicas e público-privadas, que vão desde a formação e o aperfeiçoamento de profissionais até técnicas de produção agrícola.

“O projeto em parceria com a Cooperativa Agrícola de Júlio de Castilhos (Cotrijuc) permitiu a consolidação de um Centro de Referência em Tecnologia Agrícola, desenvolvido de forma permanente no Campo Tecnológico da área experimental do centro de pesquisa, através da execução do projeto integrado de pesquisa, difusão de tecnologias e produção na Região Centro do Rio Grande do Sul”, destaca Liege.

“Chegamos hoje no momento em que essa história completa 88 anos, e é um imenso orgulho fazer parte desta trajetória, que tem a força do trabalho como principal marca. Com o avanço da diversificação da pesquisa na agricultura, são inúmeras as oportunidades de crescimento pessoal e profissional alcançadas”, pontua Liege. “E o que torna ainda tudo mais significativo é saber que o trabalho é feito pelo avanço e fortalecimento da produção gaúcha, para o desenvolvimento do produtor rural, priorizando a sustentabilidade dos cultivos e do ambiente, com a dedicação de uma equipe que se entrega com o compromisso de transformar realidades”.

 

Texto: Darlene Silveira
Fotos: Divulgação/Seapi

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