Visita de comitiva aproxima Brasil de pleitos com o Conselho Oleícola Internacional

 

Visita COI Brasil - Crédito Nestor Tipa Júnior AgroEffective Divulgação

Produtores e governo federal buscam apresentar potenciais da olivicultura para ganhar espaço no cenário internacional da produção de azeites


Representantes do Conselho Oleícola Internacional (COI) estiveram em missão ao Rio Grande do Sul para conhecer o trabalho e as potencialidades da olivicultura na região. A comitiva, liderada pelo diretor executivo do COI, Jaime Lillo, visitou os produtores gaúchos em Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul e Restinga Sêca (RS). A última parada foi no Olival Vila do Segredo, em Caçapava do Sul, onde foi apresentado aos produtores e representantes do Ministério da Agricultura presentes um cenário da olivicultura mundial e os projetos do órgão internacional.

Lillo se disse impressionado nesta primeira visita oficial do COI à região produtora de azeite de oliva no Rio Grande do Sul. "O que mais me impressionou foi a qualidade dos azeites que provamos. Todos os produtores que visitamos produzem azeites de alta qualidade. Além disso, a mentalidade dos produtores é notável. É evidente que o Brasil é uma grande potência agroalimentar e, embora esteja apenas começando no setor de azeite de oliva, já se percebe essa bagagem, essa capacidade e a visão de longo prazo, além da abordagem empresarial no agronegócio. Esse potencial é perceptível desde o início desta visita", destacou.

Sobre a possibilidade do Brasil entrar com um assento no COI, o que vem sendo pleiteado pelos produtores e governo federal, o dirigente salientou que um dos objetivos desta visita, e que também serão exploradas em reuniões na próxima semana em Brasília, é compreender o interesse demonstrado pelos produtores de azeite de oliva do Brasil e também pelos representantes do Ministério da Agricultura, para que o país possa se tornar um membro do Conselho Oleícola Internacional. "Acreditamos que este é um excelente momento, pois o Brasil possui um grande potencial de desenvolvimento no setor. Sendo parte do COI, haverá uma conexão direta com o conhecimento e com a comunidade internacional do azeite de oliva, o que pode beneficiar muito o crescimento da olivicultura no país. Para nós, seria uma grande satisfação contar com o Brasil no COI, pois isso traria ainda mais riqueza e diversidade ao nosso conselho e fortaleceria o papel de um país tão importante como o Brasil", observou.

O presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes, salientou que o setor oleícola brasileiro precisa estar conectado com o resto do mundo. "Atualmente, o mercado do azeite de oliva conta com países produtores, e muitos deles são filiados ao Conselho Oleícola Internacional (COI). Aqui na América do Sul, Argentina e Uruguai fazem parte do COI. O Brasil, apesar de ser o segundo maior consumidor de azeite de oliva do mundo, ainda não possui essa filiação", salientou.

Fernandes revelou que se tem observado o aumento da produção de azeite aqui no estado, com mais produtores e áreas cultivadas. "Embora a quantidade produzida nacionalmente ainda seja pequena, temos a compreensão de que levará tempo para atingir uma escala mais significativa. Entretanto, o Brasil possui uma vocação agrícola notável, e estudos da Embrapa indicam que há mais de um milhão de hectares propícios para o cultivo de oliveiras. A ampliação dessa produção depende de um crescimento sustentável, organizado e com parcerias estratégicas. E a parceria mais importante que enxergamos é com o Conselho Oleícola Internacional", ressaltou.

Presente ao evento, a coordenadora geral de qualidade vegetal do Ministério da Agricultura, Helena Pan Rugeri, disse que o Ministério da Agricultura tem trabalhado sem medir esforços para alcançar uma regulamentação equilibrada, adequada tanto ao sistema competitivo quanto ao mercado internacional, focando na estruturação, fiscalização e aprimoramento constante das ferramentas de controle e na defesa do mercado interno e externo. "Apesar dos desafios, estamos comprometidos em garantir a qualidade do setor e em manter o alto padrão pelo qual nossos produtos são conhecidos lá fora", informou.

Helena salientou que há um trabalho conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir a regulamentação de óleos compostos. "Entendemos que é essencial o Ministério da Agricultura também atuar nesse campo, reforçando o controle e a qualidade dos azeites compostos com oliva. Temos uma equipe técnica altamente qualificada, que compreende o produto e o processo e colabora com o setor para promover seu desenvolvimento. A interação entre o setor público e o privado, bem como com instituições internacionais, é essencial para que o Brasil tenha voz no cenário mundial. Mesmo que ainda sejamos pequenos em termos de produção, é fundamental que possamos participar das decisões no Conselho Oleícola Internacional, representando os interesses tanto do nosso setor produtivo quanto do consumidor brasileiro", frisou.

Foto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective

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