BOVINOCULTURA DE LEITE
O contexto de chuvas persistentes e de enchentes tem sido desafiador em várias regiões, impactando significativamente o desenvolvimento das pastagens e o bem-estar dos animais. Há problemas logísticos, como estradas intransitáveis e interrupções na coleta do leite, levando à necessidade de utilização de geradores para ordenha e resfriamento, consequentemente aumentando os custos operacionais para os produtores. Além disso, a baixa oferta de alimentos e da qualidade do pastoreio causaram redução da produção de leite em diversas propriedades.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a falta de energia elétrica tem prejudicado diversos produtores na Campanha. A utilização de geradores para o resfriamento e a ordenha implica em custos adicionais com combustível. Os problemas em relação ao barro se agravam em função da ausência de dias ensolarados. Há considerável redução na produção, que varia conforme a capacidade de suplementação de cada produtor.
Na de Caxias do Sul, as forrageiras cresceram bem, porém o pastoreio foi prejudicado em decorrência do solo encharcado e compactado, levando ao arranquio de plantas. Ocorreram deslizamentos de terra e muitas áreas de erosão, provocando perda de pastagens e bloqueando estradas.
Na de Erechim, os produtores estão preocupados com a dificuldade de escoar a produção em função dos danos em estradas. Também aumentaram os problemas de saúde dos animais, como mastite e lesões.
Na de Frederico Westphalen, o retorno do sol e a melhoria das estradas permitiram a normalização da coleta de leite.
Na de Ijuí, apesar de as obras de recuperação de estradas impedirem o acesso de algumas propriedades, o volume total de leite coletado apresentou poucas perdas na maioria dos municípios. Em função do rápido restabelecimento da trafegabilidade, não ocorreu comprometimento da qualidade do leite estocado nas propriedades. As interrupções de energia foram pontuais e não prejudicaram a ordenha e a conservação do leite na maioria das localidades.
Na região de Passo Fundo, os produtores relatam a necessidade de adequação das dietas em razão da insuficiência de alimentos ofertados a campo. Essa situação afeta a produção de leite, especialmente em propriedades com baixo estoque de alimentos conservados.
Na de Pelotas, há alagamentos em áreas de pastejo, tornando difícil o acesso. Tem sido necessário o uso de geradores na ordenha e no resfriamento do leite, com possíveis impactos na qualidade, em função da falta de energia elétrica.
Em Rio Grande, em razão de as estradas estarem intransitáveis, há limitações para a coleta do leite. Também ocorre queda na produção e na qualidade do leite como consequência do alagamento das pastagens.
Na de Porto Alegre, as condições do rebanho seguem críticas, e houve relatos de perdas significativas por afogamento, especialmente nas regiões Metropolitana e Centro-sul. A coleta de leite está comprometida em várias áreas. A dificuldade de acesso às pastagens levou a uma diminuição acentuada da produção.
Na de Santa Maria, na maioria dos municípios da região, ocorreu interrupção das linhas de coleta de leite, prejudicando os produtores.
Na de Santa Rosa, devido ao grande volume de chuvas, os produtores decidiram por reduzir o tempo de pastoreio do rebanho ou por não colocar os animais nos piquetes de difícil acesso, aumentando, em contrapartida, o volume de silagem na dieta. Houve maior formação de barro próximo às instalações e aos corredores de passagem dos animais, exigindo cuidado extra na higiene da ordenha para manter a qualidade do leite.
Na de Soledade, muitas propriedades afetadas pelas enchentes estão recebendo doações de feno e pré-secado. Houve diversos relatos de atrasos na entrega de leite, que, aos poucos, está se normalizando. (Emater/RS adaptado pelo SINDILAT/RS)
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