Atualmente, o projeto tem formato itinerante e passa por todas as escolas municipais ao longo do ano, e na EMEF Intendente Vasconcelos Pinto encontrou um espaço promissor para dar continuidade às aulas de capoeira, onde foi criado um coletivo cultural fixo.
"Pensando na falta de continuidade do formato itinerante, decidimos estabelecer um núcleo onde pudéssemos trabalhar de forma mais profunda, com um grupo fixo de alunos que irá representar a capoeira no município", explica o mestre Nano Moraes, instrutor do projeto. "Se tem uma apresentação, uma manifestação cultural, são essas crianças que representarão Cruz Alta", completa.
Mais do que aprender golpes, gingas e esquivas, os estudantes estão absorvendo lições de vida. O projeto valoriza a capoeira não apenas como esporte, o único genuinamente brasileiro, mas como expressão cultural ancestral, que carrega em si elementos históricos, sociais e identitários.
Segundo o mestre Nano, além da prática corporal, as aulas incluem conteúdos sobre a história da capoeira, suas raízes na resistência do povo negro escravizado, personagens importantes e episódios marcantes que muitas vezes não fazem parte do currículo tradicional. Tudo isso em um ambiente de troca, acolhimento e valorização do protagonismo dos alunos.
Os reflexos são percebidos dentro e fora da sala de aula. Segundo a equipe pedagógica da escola, houve melhora significativa no comportamento, no rendimento escolar e no senso de responsabilidade dos alunos participantes.
Para as crianças, a capoeira tem sido mais do que um aprendizado físico. “Eu aprendi muitos movimentos, mas o mais importante que eu aprendi foi o respeito, respeito ao mestre e aos colegas. Eu gosto muito e quero seguir aprendendo”, conta a aluna Maísa Zanetti.
O Projeto Capoeira Novas Vivências segue sendo uma ferramenta de educação e inclusão social, que mostra que, com oportunidade e incentivo, é possível formar não apenas capoeiristas, mas cidadãos conscientes, respeitosos e preparados para protagonizar sua própria história.
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