Codesul realiza reunião técnica sobre Agricultura de Baixo Carbono

Foto: Fernando Dias/Seapi. Legenda: Florestas Plantadas, uma das oito


Coordenador do Plano ABC+ RS, Jackson Brilhante, esteve presente

O coordenador do Comitê Gestor Estadual do Plano ABC+ RS e engenheiro florestal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Jackson Brilhante, esteve presente à reunião técnica do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul) nesta quarta-feira (20/8). O encontro, que ocorreu de forma on-line, foi conduzido pelo secretário do Codesul/PR, Orlando Pessuti. O objetivo foi debater as ações sobre Agricultura de Baixo Carbono desenvolvidas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul e firmar o compromisso de cada estado com a sensibilização e a adoção dessas práticas de mitigação e fixação de carbono na agropecuária.

Brilhante apresentou o Plano ABC+RS e falou sobre as metas desejadas para até 2030 em relação às oito tecnologias mitigadoras de emissão de carbono na agropecuária: Sistema Plantio Direto, Bioinsumos, Práticas de Recuperação de Pastagens Degradadas, Terminação Intensiva, Sistemas de Integração, Florestas Plantadas, Sistemas Irrigados, e Manejo de Resíduos da Produção Animal. “A finalidade é promover a adaptação à mudança do clima e o controle das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) na agropecuária do Rio Grande do Sul, com aumento da eficiência e resiliência dos sistemas produtivos, considerando uma gestão integrada da paisagem rural”, disse Brilhante.

Segundo ele, no Sistema Plantio Direto, a meta é ampliar 600 mil hectares, o que corresponde a 4,8% da meta nacional. “Queremos qualificar esse sistema, incentivando os produtores a fazerem a cobertura permanente do solo, pois isso ajuda no armazenamento de água”, explicou. “E uma estratégia importante é o uso de terraços, que já mostrou uma redução de 90% da perda de água em enxurradas”.

Conforme Brilhante, para Bioinsumos a meta é ampliar um milhão de hectares; para Práticas de Recuperação de Pastagens Degradadas, a meta é ampliar 1,43 milhão de hectares; para Terminação Intensiva (TI), ampliar para 200 mil os bovinos em TI; para Sistemas de Integração, ampliar um milhão de hectares; para Florestas Plantadas, aumentar 322 mil hectares; para Sistemas Irrigados, ampliar 216 mil hectares; para Manejo de Resíduos da Produção Animal, ampliar 11,8 milhões de metros cúbicos. “Totalizando uma expansão de 4,6 milhões de hectares com Agricultura de Baixo Carbono no RS até 2030”.

Por sua vez, o coordenador do Plano ABC+ Paraná, Breno de Campos, mostrou o que foi estabelecido em 2022 de metas e disse que, devido ao alcance das políticas públicas desenvolvidas, o estado do Paraná vai conseguir ultrapassá-las.

“Nesse sentido, eu destaco os sistemas irrigados, pois lançamos um programa chamado Irriga Paraná, que vai dar uma grande força na adoção desses sistemas. Também estamos muito fortes na parte de biogás e biometano, tratando dejetos da produção animal, principalmente da suinocultura”, afirmou Campos.

Já o analista de Extensão da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/SC) e coordenador do Plano de Ação Estadual ABC+SC, Humberto Bicca Neto, abordou o plano de ação estadual da agricultura de baixa emissão de carbono de Santa Catarina. “Ele tem metas e resultados previstos para o decênio 2020/2030 e agrega eventos de capacitação, orientação, assistência técnica e projetos de pesquisa relacionados às tecnologias da agricultura de baixa emissão de carbono, que incluem o plantio direto, a questão da recuperação de pastagens degradadas, florestas plantadas com matas ciliares, os sistemas irrigados, o manejo da produção animal, bioinsumos e a terminação intensiva de animais”, explicou.

De acordo com Bicca Neto, até 2030 Santa Catarina prevê mitigar mais de 86 milhões de toneladas de carbono, através de mais de 20 instituições que representam o setor no Estado. “Junto a isso, Santa Catarina dispõe de políticas públicas estaduais com incentivos de juros e incentivos de financiamento direto aos produtores para a implementação dessas tecnologias”, acrescentou.

Bicca Neto afirmou ainda que conseguiram articular e estão participando ativamente de dois hubs: um da descarbonização, através da Federação da Indústria e Comércio do Estado; e o segundo, junto com outras instituições, o da transição energética aplicada à produção de fertilizantes.

“Até o momento, nós já alcançamos mais de 140 mil hectares com tecnologias implantadas da agricultura de baixa condição de carbono e a capacitação de mais de 18.800 pessoas nessas tecnologias. Então, alcançamos mais de 17% da meta nos anos de 2023 e 2024”, concluiu Bicca Neto.

O representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul (Semadesc), Carlos Henrique Lopes, afirmou que o Plano ABC+MS foi instituído recentemente no Estado. Ele apresentou suas metas e as ações e adiantou que as metas serão revistas nas próximas reuniões do grupo gestor.

Entre elas, Lopes destacou que na tecnologia Práticas para Recuperação de Pastagens Degradadas, a meta é ampliar 1,167 milhão de hectares; em Bioinsumos, a meta é ampliar 1,048 milhão de hectares; entre outras.

Quanto às ações desenvolvidas foram as seguintes, entre outras: apoio  a projetos para implementação de Sistemas, Práticas, Produtos e Processos de Produção Sustentáveis  (SPSABC), sensibilização de produtores rurais, capacitação de técnicos, implementação de unidades de referência técnica, capacitação de analistas financeiros  de projetos.

 Encaminhamento

Na reunião, houve o comprometimento de cada estado em unir esforços, trocar experiências e realizar ações em prol da agricultura de baixa emissão de carbono.

 

Texto: Darlene Silveira
Foto: Fernando Dias/Seapi. Legenda: Florestas Plantadas, uma das oito tecnologias mitigadoras de emissão de carbono na agropecuária

 

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