O “Seminário IG do Mel Branco” vai apresentar na próxima segunda-feira (11/08), em Cambará do Sul, os estudos que estão sendo desenvolvidos para a busca de uma Indicação Geográfica (IG) do mel branco e como funciona o processo de conquista de uma IG, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Na programação, os pesquisadores do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) irão apresentar o estudo “Subsídios para Indicação Geográfica em Cambará do Sul e sua produção de Mel Branco”. É este estudo que vai disponibilizar informações científicas que permitirão subsidiar o pedido da IG por parte dos apicultores e meliponicultores daquele território.
A pesquisa está em execução desde o segundo semestre de 2024 e tem previsão de conclusão para o final de 2026. “Estamos na fase de coleta. E cada um dos objetivos da pesquisa, registro das condições de solo e clima, levantamento florístico, identificação das abelhas, registro da história, tem um tempo diferente. Por exemplo, o levantamento florístico e as entrevistas para resgatar a história deste mel serão feitos agora no segundo semestre, mas o levantamento dos visitantes florais precisa ser feito na época da floração, então será em janeiro de 2026”, explica a pesquisadora do DDPA Larissa Ambrosini, coordenadora do projeto.
O projeto conta com diversos parceiros. Além do DDPA/Seapi, tem ainda a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), a Universidade do Vale do Itajaí (Univali), a Associação Cambaraense de Apicultores (ACAPI), de Cambará do Sul, a prefeitura de Cambará do Sul, a Emater/RS-Ascar e o Sebrae.
“O produto tem notoriedade e reconhecimento por suas características físicas e sensoriais. E apesar do nome ser "IG do Mel Branco de Cambará", este processo não restringe a participação de outros municípios, do mesmo território, onde há a produção deste mel com as mesmas características, em que o resultado dos estudos e toda a metodologia específica para desenvolvimento de IG´s se encarregará de identificar a região produtora, cabendo aos apicultores pertencentes a esta região optarem por participar ou não deste processo, dentro das condicionantes do caderno de especificações”, destaca o extensionista rural da Emater/RS-Ascar de Cambará do Sul, Neimar Fonseca e Silva.
A família da apicultora Liane de Oliveira, do Apiário Cambará, trabalha com mel desde 1982 e desde lá vem somando conquistas. Foi a primeira da cidade a conseguir o registro de inspeção municipal em Cambará (SIM) em 2009, é a única do Rio Grande do Sul a participar da IG do Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul Brasileiro e no ano passado ficou em 4º lugar no prêmio CNA na categoria mel claro.
“As IGs são de extrema importância pois além de valorizar o produto e o produtor valoriza a cidade ou aquele território onde está o produto, uma união que todos ganham. Eu já participo da IG do Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul Brasileiro, acompanhei todo o processo dela e hoje vejo o reconhecimento e valorização do produto e dos produtores envolvidos”, destaca Liane. Segundo ela, o mesmo pode acontecer com o mel Branco de Cambará, já que o mais difícil os apicultores de Cambará já conseguiram, que foi na década de 90 tornar um mel monofloral conhecido, com nome e sobrenome mel Branco de Cambará. “Talvez eles não imaginassem onde esse mel poderia chegar, mas sabiam da qualidade. Hoje esse mel é premiado, divulgado, e com a consolidação da IG será muito mais valorizado, teremos dele pesquisas maravilhosos onde vamos poder usar em benefício de todos os produtores. E a cidade por já ser uma cidade turística e com aptidão a apicultura vai ganhar ainda mais com a IG”, espera Liane.
O mel branco é produzido a partir de uma árvore chamada popularmente de Carne-de-vaca, uma espécie nativa das florestas de altitude, típica desse território e ainda pouco estudada. A árvore está na lista das espécies da flora ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul. Para a IG, além do município de Cambará, devem fazer parte os municípios de Jaquirana, Bom Jesus e São José dos Ausentes.
O Seminário
O Seminário começa às 14h na Casa do Turista, em Cambará do Sul, e segue até às 17h, com um Mel com Café.
PROGRAMAÇÃO EM ANEXO
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