Governo Alckmin dá novo cargo a investigado na merenda
Apontado como receptor de propina, Padula assume Arquivo do Estado.
Governo diz que corregedoria arquivou denúncia contra Padula.
governador Geraldo Alckmin (PSDB) nomeou Fernando Padula, investigado na fraude da merenda e ex-chefe de gabinete da Secretaria da Educação, como coordenador do Arquivo Público do Estado de São Paulo. Ele nega a acusação de ser receptor de propina.
O decreto de nomeação foi publicado no Diário Oficial do último dia 21. Ele assume a vaga de Izaias José de Santana, exonerado do cargo, e toma posse na sexta-feira (29).
Padula deixou a chefia de gabinete da Educação em janeiro, quando passou a ser investigado pela Operação Alba Branca, que apura a fraude na merenda.
Segundo o Ministério Público, uma cooperativa de agricultores, a Coaf, assinou ao menos R$ 7 milhões em contratos com 21 prefeituras, além do governo estadual, somente entre 2014 e 2015, para o fornecimento de alimentos e suco para a merenda. Parte desse valor, no entanto, era usada no pagamento de intermediários e agentes públicos que atuavam no sentido de facilitar ou fraudar as licitações para beneficiar a cooperativa.
Em fevereiro, a Justiça determinou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Padula e do presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Fernando Capez, e de Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-chefe de gabinete da Casa Civil.
Padula foi citado por investigados como "o nosso homem na secretaria". Ele já negou ter participado do suposto esquema.
Ao G1, o governo do estado informou que "a Corregedoria Geral da Administração concluiu a primeira etapa da apuração de envolvimento de servidores e não foram comprovados os fatos atribuídos a Padula e constantes das denúncias".
"Fernando Padula Novaes é funcionário de carreira do Estado, com 17 anos de serviços prestados à administração pública", diz ainda a nota.
Comissão
Mais uma vez, a comissão de educação da Assembleia Legislativa não se reuniu por falta de quorum nesta terça-feira (26). Apenas duas das seis reuniões da comissão em 2016 tiveram quorum suficiente, e os legisladores deixaram de deliberar sobre vários temas na pauta relativos à investigação, como a possível convocação do ex-secretário da Educação, Herman Voorwald, e de Padula. Desde a primeira reunião da comissão do ano, no dia 8 de março, há nove requerimentos aguardando análise.
Mais uma vez, a comissão de educação da Assembleia Legislativa não se reuniu por falta de quorum nesta terça-feira (26). Apenas duas das seis reuniões da comissão em 2016 tiveram quorum suficiente, e os legisladores deixaram de deliberar sobre vários temas na pauta relativos à investigação, como a possível convocação do ex-secretário da Educação, Herman Voorwald, e de Padula. Desde a primeira reunião da comissão do ano, no dia 8 de março, há nove requerimentos aguardando análise.
Na Assembleia presidida pelo deputado Fernando Capez (PSDB), investigado no esquema, a última reunião da comissão, no dia 12 de abril, para debater esse e outros temas, apenas três deputados registraram presença, os deputados Carlos Giannazi (PSOL) e Marcia Lia (PT), da oposição, e a presidente da comissão, Rita Passos (PSD), que define o partido como "independente". Para dar quorum, é necessária a presença de seis dos onze deputados da comissão.
No último dia 19, houve quórum, mas os deputados aprovaram projetos de lei de caráter religioso, e não analisaram nenhum dos requerimentos já protocolados sobre o escândalo da máfia da merenda escolar.
Investigação
O presidente da Assembleia, Fernando Capez, nega as acusações feitas de participação na máfia da merenda e afirma que tomará providências judiciais e administrativas. Capez disse também que a investigação sobre a máfia da merenda foi pedida por ele.
O presidente da Assembleia, Fernando Capez, nega as acusações feitas de participação na máfia da merenda e afirma que tomará providências judiciais e administrativas. Capez disse também que a investigação sobre a máfia da merenda foi pedida por ele.
A Corregedoria-Geral da Administração, órgão do governo que apura denúncias contra funcionários estaduais em São Paulo, arquivou a investigação contra o ex-secretário Herman Voorwald por falta de provas. Ele afirmou em entrevista à revista Época que é falsa a suspeita de que ele tenha recebido propina e que a acusação é "absurda".
Fernando Padula afirma em nota que espera a conclusão das investigações para que seu nome seja "excluído definitivamente" do caso. O ex-chefe de gabinete da Educação reforçou que não teve participação na fraude e que desde o início afirmou que pessoas "com má fé" usaram nomes de gestores públicos de forma indevida para parecerem importantes.
Por fim, Padula disse que espera "punição" e "cadeia" aos culpados. "Não tenho nenhuma ligação com tal cooperativa ou pessoas a ela ligadas. Sempre pautei minha atuação na defesa dos interesses do Estado e nunca de particulares. Falta de caráter, desonestidade e corrupção não fazem parte do meu dicionário", conclui.
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