Primeira Roda de Conversa Entre Pais e Saberes debate equilíbrio entre telas e infância

 


Na noite dessa quarta-feira, 13, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura promoveu a 1ª Roda de Conversa Entre Pais e Saberes, reunindo famílias, educadores e membros da comunidade no Espaço Sicredi Picada Café. O tema “Telas e Infância: encontrando o equilíbrio entre telas e desenvolvimento saudável” foi conduzido pela Prof.ª Dr.ª Suelen Bomfim Nobre, especialista reconhecida na área de desenvolvimento infantil.

O encontro teve como objetivo oferecer orientações baseadas em estudos científicos e recomendações de entidades de referência, como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Academia Americana de Pediatria (AAP). A especialista apresentou dados e exemplos práticos, destacando a importância de estabelecer limites claros no uso de dispositivos digitais desde os primeiros anos de vida.

Entre as orientações repassadas, foram apresentados os tempos de tela recomendados para cada faixa etária:

  • Bebês (0 a 18/24 meses): evitar completamente o uso de telas para entretenimento, permitindo apenas videochamadas breves e supervisionadas para manter vínculos familiares.
  • Crianças bem pequenas (18/24 a 36 meses): introdução mínima, sempre supervisionada, com conteúdos educacionais de alta qualidade e limite máximo de 30 minutos por dia — nunca como rotina diária fixa.
  • Crianças pequenas (3 a 5 anos): máximo de 1 hora por dia, sempre com conteúdos adequados à idade e assistidos junto a um adulto.


A palestrante reforçou ainda a importância da co-visão, prática em que pais ou responsáveis acompanham e interagem com o que a criança está assistindo, contextualizando as informações e transformando o momento em aprendizado.

Durante a conversa, também foram abordados os riscos do uso excessivo das telas, como atrasos na linguagem, prejuízos no sono, sedentarismo, dificuldades de atenção, problemas de autorregulação emocional e impacto nas habilidades sociais. A especialista sugeriu estratégias para criar momentos livres de telas, como refeições sem aparelhos, ausência de dispositivos no quarto e desligamento de telas pelo menos uma a duas horas antes de dormir.



Outras alternativas para substituir o tempo diante das telas também foram apresentadas, incluindo brincadeiras ativas, leitura compartilhada, atividades musicais, contato com a natureza e jogos criativos. Suelen lembrou que o exemplo dos adultos é determinante: “As crianças aprendem observando. Se queremos que elas usem menos telas, precisamos mostrar que é possível viver momentos de qualidade sem depender delas”, enfatizou.

O encerramento foi marcado por um rico espaço de troca de experiências entre os participantes, revelando a necessidade de dar continuidade ao projeto. Já ficou definida a proposta de um próximo encontro, que deverá ter como foco os desafios e cuidados no uso de telas por adolescentes.

A organização convida a comunidade a contribuir: quem tiver sugestões de temas para as próximas rodas de conversa pode compartilhar nos comentários ou diretamente com a Secretaria de Educação e Cultura.

 


Postar um comentário

0 Comentários