Infestação de maria-mole e o risco da intoxicação em bovinos é tema de comunicado técnico da Secretaria da Agricultura

 

Maria-mole. Foto: Divulgação/Seapi

Pesquisa foi feita em 2023 e 2024

Uma boa cobertura vegetal e o pastoreio ovino são formas de controle mais eficazes contra a infestação de maria-mole (Senecio spp.), um grave problema que afeta a bovinocultura brasileira, especialmente a do Rio Grande do Sul. É o que apontou o estudo “Emergência e quantificação da infestação de maria-mole (Senecio spp.) em área de abrangência do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor – IPVDF”, realizado pelo pesquisador do Laboratório de Histopatologia, Fernando Karam em 2023 e 2024, em parceria com a Emater/RS-Ascar. A pesquisa deu origem ao Comunicado Técnico “Infestação de maria-mole (Senecio spp.) e o risco da intoxicação: resultados de pesquisa”, lançado recentemente pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi).

Karam explica que a planta causa a seneciose, uma doença hepática fatal e sem tratamento nos animais, com alta letalidade (próxima a 100%). Segundo ele, nesses dois anos, foram visitadas propriedades rurais nos municípios de Guaíba, Eldorado do Sul, Viamão e Charqueadas. “Os resultados confirmaram o predomínio da infestação muito alta de maria-mole na maioria dos locais investigados e comprovaram que, nas poucas áreas de baixa infestação, esse fato deveu-se à boa cobertura vegetal e ao pastoreio ovino”, esclarece o pesquisador. “Essas medidas são as mais eficazes, entre outras, já que para a intoxicação nos animais não há soluções terapêuticas, e esse prejuízo na cadeia produtiva da bovinocultura é muito expressivo”.

Karam conta que, principalmente no outono e no inverno, os bovinos ingerem acidentalmente a planta. “E nessa época ela possui alto teor de alcaloides tóxicos, exigindo controle por roçadas estratégicas, uso de ovinos e manejo do pasto para evitar mortes e grandes prejuízos econômicos”.

 

Texto: Darlene Silveira

Fotos: Divulgação/Seapi

 

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